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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Final de Ano conturbado...

Pessoal, gostaria muito de ter postado antes, mas infelizmente não deu... correrias de final de ano, vocês sabem...    ;)

Well, sem delongas... volto a postar em janeiro, ok?

Bom, para não dizer que só vim dar "má notícia", segue um link com uma ação promocional do "Café da manhã reforçado do McDonald´s". Clique Aqui para acessar o link original!


Bom natal e bom ano novvo, galera! Nos vemos em breve...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O site Super Downloads (SD) oferece iPAD para o melhor slogan!

Dê uma de redator e abocanhe essa parada!

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Aulinhas de layout 2 - Referências

Fala, pessoal! Ok... tive um voto positivo pelo menos, no último artigo e vou dar uma aprofundada... aqui seguem alguns layouts de anúncios premiados em Cannes nos últimos anos... aqui vocês entenderão um pouco melhor aquela história de pontos 1, 2 e 3 (Marco Zero, Leão de Chácara e Saída de Emergência), mas quero pedir que antes de ler os textos explicando os anúncios (claro que não precisava explicar nenhum, é só pra manter o lado "didático" da coisa...) olhem apenas as imagens sem ler nada, a fim de comprovar a força que esse tipo de anúncio tem! Vamos lá...

Observem que há uma chamada no Marco Zero (Algo do tipo: ser fumante passivo também mata), mas caso uma pessoa passasse batido (meio difícil porque o diretor de arte optou por colocar a chamada perto do Leão de Chácara que está cumprindo muito bem seu papel) ela teria obrigatoriamente que voltar ao Marco Zero para entender a "piada" (e que "piada"...). Creio que a leitura dinâmica desse anúncio não passe de 3 segundos. Na Saída de Emergência temos perfeitamente o logo do cliente e um texto que deve  ser um site ou algo do tipo. Perfeito. Anúncio muito bom!

Vamos continuar.... que tal esse?
É o Goleiro-Diretor-de-Arte, pessoal! Nada no Marco Zero... e quer saber? Ele defendeu, galera! Colocou um postit VAZIO imitando uma fatia de manteiga e o redator arrematou... "não esqueça a Qualy", por exemplo... claro que é outra marca, mas só pra você entender melhor.

Sigamos em frente... ok, manteiga e ervilha talvez não seja comum por aqui... vamos dar uma melhorada:
Agora sim, né? Ok... vamos para o próximo, então:


Que tal? Fiquei 1 ano sem transar quando vi este anúncio, mas tudo bem. Em respeito à mulherada e aos homossexuais masculinos não colocarei a versão com homem que mostra uma jibóia saindo do pau do cara. É assustador demais, essa da aranha (quer Leão de Chácara melhor que este?) até que ficou bonitinha perto da "jibóia albina". Mesmo esquema; diretor-de-Arte-Goleiro.

Sigamos em frente:

Nossa... um Diretor de Arte apressadinho! Lara Croft no lugar de um crucifixo e justamente no Marco Zero! Genial! Se Metal Slug 2 já foi minha religião, certa época, esse garoto tem direito de adotar Tomb Raider como tal... aprovado! Vejam que dependendo do layout, o Leão de chácara poderá estar travestido de Marco Zero... Não creio que quem tenha mais de 30, 35 vá entender este anúncio, mas ele está muito bom. PS: Olha a cinturinha e o quadril da Lara Croft... (não gosto de seios grandes).

Em frente....
Lindo, pessoal... esse nem tem o que comentar. Em frenteeeeeeee.....

Nossa! esse anúncio tá com cara de brasileiro... se alguém tiver  a ficha dele me fala para eu colocar aqui... Olha que animal este layout... dá pra ser lido em 1 segundo, pessoal! É um dos melhores que eu já vi, só tem Leão de Chácara! A caneta não é a assinatura (embora desempenhe este papel), ela faz parte do Leão de Chácara e todo mundo conhece... Claro que a  marca ajuda... por isso que deu certo fazer o layout assim! Nota 10!

Sigamos em frente... morrendo de inveja dos caras que criaram estas obras de arte, claro...

Legal... observe que interessante... a primeira coisa que se olha são as mãos erguidas (Leão de Chácara), depois a assinatura (Saída de emergência) e depois o cara vai procurar pela Chamada que está fundida no layout (Marco Zero) que revela que aquela sala com alunos prestimosos, erguendo as mãos  se oferecendo como cobaias para um treino, nada mais é que um curso de ressucitação cardio-respiratória (se é que existe esse termo em português... acho que é "reanimação")
Vamos prosseguir...





Layout interessante...observem, tem uma chamada, falando quem é a pessoa da foto, a assinatura lá em cima e um texto "enorme-para-os-padrões-de-hoje" na Saída de Emergência, por motivos óbvios... anúncio bem forte, e com esse Leão de Chácara a pessoa com certeza vai ler todo o texto, não se preocupe.


Galera, é isso... até o próximo post... obrigado por ler ese artigo e se você gostou, dá um voto de confiança... abração a todos!


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Video interessante sobre o trabalho da dupla de criação.

Pessoal, esse video é bem interessante e mostra o dia a dia de uma dupla criativa que está doida para ganhar um prêmio, mas sempre aparece um diretor de criação, uma pesquisa de mercado ou um cliente chato para atrapalhar...



 


Espero que gostem.... grande abraço a todos e espero vocês no próximo post!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Aulinhas de layout para midia impressa

Fala, pessoal! Primeiramente quero agradecer as visitas diárias (poucas, é verdade, mas sei que vão aumentar) que ando  recebendo regularmente e os resultados das enquetes, isso tem me deixado muito feliz. Sempre que puderem divulguem o Blog, por favor. Quem sabe ele não cresce ainda mais, não é verdade?

Chega de papo furado. Hoje vamos falar de um assunto básico, mas essencial para o início de toda e qualquer criação, o primeiro risco com lapis bem fraquinho na folha de papel em branco.

Já foi dito nos posts anteriores como hoje em dia a direção de arte é vital para a propaganda. A vida nos centros urbanos adquiriu tamanha magnitude que assumiu características próprias. Em 2006, cerca de 81% da população brasileira vivem nas cidades. Portanto, se você está criando para um produto que não é voltado para as áreas rurais, terá que pensar nesses 81% que vivem nas aglomerações urbanas. Como vive esse grupo de pessoas? Que hábitos têm? Quanto tempo dispõem ou para obter informações na internet sobre notícias, entretenimento e consumo? Quanto tempo eles têm para le ruma revista ou jornal e melhor ainda: quanto tempo eles têm para gastar em um anúncio ou qualquer outro material publicitário? Será que a maioria pode ficar 10 minutos lendo apenas um anúncio? laro que não, né pessoal...


Primeiros passos para criar e criar bem:

1- Não crie pensando em prêmio (qualquer que seja ele: dinheiro, medalhas, troféus...). A premiação será uma conseqüência do seu trabalho e não um fim em si mesma. Além do mais, quando você trabalha focado em uma premiação, sem saber, você acaba de reduzir seu campo criativo, colocando empecilhos em boas idéias que  num primeiro momento poderão vir camufladas de péssimas idéias (vide o exemplo daquele anúncio do complemento alimentar: primeiro as pegadas e depois aquele aparelho)

2- Crie para seu cliente e não para a agência ou para você: respeite a grana que ele está gastando, você deve criar focado em resultados para ele

3- Troque idéias com seu dupla (se tiver um) a fim de que você consiga captar uma característica única do produto ou serviço que você está criando e tente criar pensando nisso. Esse é o diferencial daquele produto ou serviço e deverá ser evidenciado graficamente na sua criação. Caso não haja esse diferencial ou não dê para transformá-lo em uma imagem, tente outra característica mais comum neste produto e serviço, mesmo que outros concorrentes também tenham essa característica e deixe que o texto se vire melhor com essa  parte. Acho ruim quando isso acontece, mas é uma situação de certa forma, freqüente. Claro que é tudo questão de estudo, meu povo. Tem situações em que não dá pra fazer assim, de tanta informação e texto que o anunciante quer colocar no espaço comprado.

4- Force uma leitura dinâmica do anúncio em tempo recorde. Pense em uma diagonal cortando seu anúncio:
 
Bem-vindo à demonstração gráfica da trajetória do olho humano quando percorre uma página que ele julga não interessante, a primeira vista.

- Nossa... sério? Porque eu faço assim com os olhos, será que eu tenho algum problema?




Não, é diferente, meus amigos. isso é quando você está procurando uma palavra específica em um texto qualquer. Ninguém faz uma leitura demorada dessa em um anúncio, e se você faz a leitura de uma peça qualquer dessa forma, mesmo que ruim,  é porque você trabalha com criação. Quem não trabalha com criação não faz assim e vou explicar o motivo agora, para você acreditar em mim:

Pessoal, a bolinha 1 é a área por onde todos os seres alfabetizados que habitam o ocidente começam a leitura de qualquer mídia impressa que você peça para ele ler/olhar. Se você entregar um gibi a uma criança de 3 anos talvez ela não faça assim. Se você entregar a um japonês 100% original, ele não fará assim também. Mas nós não criamos para japoneses ou crianças de 3 anos, vamos em frente...

Ninguém começa a ler pelo meio ou pelo fim. Todos aqui no ocidente começam pelo ponto 1, sem exceção. E quando eu digo leitura eu digo leitura em sentido amplo, desde ler letra por letra, palavra por palavra até "varrer" com os olhos. Eu chamo o ponto 1 de "Marco Zero".

O ponto 2 eu chamo de "leão de chácara" (você entenderá o porquê) e é o atalho que o olho arrumou para a saída de emergência, visto que a menor distância entre dois pontos, desde que não haja um "buraco-de-minhoca"  no meio, ainda é uma reta.

O ponto 3 é a "saída de emergência", quando o cara avista o ponto 3 ele "prega" saliva no indicador e mete bala, meu amigo... seu anúncio agora é página virada... esqueça... estava uma bosta.

Vamos ver como ficou essa minha terminologia para o anúncio:

O Marco Zero é a área dominada pelo redator. Ele tem a obrigação de fazer o cara ler essa parada que pode ou não estar aí, depende do layout e da criação do conceito, e de outros fatores. Os diretores de arte mais ferrados, mais ousados e ao mesmo tempo mais simples e sutis cujo trabalho eu conheço viram para o redator, que é o goleiro defendendo um penalty, dão um tapinha nas costas do goleiro-redator e dizem:


- Pode deixar que eu seguro, meu chapa... tá tranquilo.

Para mim, esse diretor de arte, desde que eu era "garoto" e conhecia seus trabalhos de também "garoto"( inclusive uns que ele nem deve ter na pasta mais, do portal zipmail com super-heróis quebrando parede de quartos) é o Sidney Araújo. Sempre quis conhecer esse cara, mas nunca frequentamos o mesmo ambiente, visto que eu só trabalhei em agências de fundo de quintal (tô exagerando, pessoal...por isso vou evitar de comentar onde exerci a atividade de diretor de arte, para não denegrir estas empresas que me deram oportunidade) e ele só trabalhou em agências grandes. Acho que mandei minha pasta pra ele uma vez... e ele não me retornou. Deve ter achado ruim. Enfim, não gosto de citar nomes, mas o Sidney precisa ser citado porque ele é referência, principalmente para quem começa.

Voltando: os diretores de arte que realmente conseguem transformar conceitos em imagens fazem layouts com o ponto 1 vazio... sem Marco Zero, pessoal. Eles pedem ao redator ou diretor de criação, depende do caso, que os deixem assumir total responsabilidade.

Leão-de-Chácara

Galera, se o ponto 2 pudesse falar ele diria assim para os olhos fugitivos do nosso querido consumidor-leitor:

-Aqui não se passa sem falar comigo antes.

Vocês entendem agora o quanto é importante, braçal, pesado, e todos os adjetivos horríveis que poderia colocar aqui, o trabalho de um diretor de arte? É muita responsa, meu povo... O redator pode até ter falhado em colocar uma chamada não interessante no ponto 1 ou mesmo você ao escolher uma fonte estranha, de péssima leitura ou sei lá o que mais que você e seu dupla inventaram no marco Zero, mas você não pode falhar: agora no ponto 2, o goleiro é você, meu amigo. Não tem segunda chance... a próxima etapa é a saída de emergência.

Dica:
Claro que é uma metáfora, né pessoal... não é pra rabiscar "Leão-de-chácara" no seu layout... mas é para você criar uma imagem que faça esse papel, não deixando que ninguém passe daquele ponto sem "conversar" com o anúncio todo. Aqui valem todas as dicas que já dei antes e outras que ainda discutiremos. Tem que ser uma imagem clara, objetiva, que todos conheçam ou até mesmo uma coisa curiosa, bonita, enfim...

Saída de emergência:

Ok... você se danou... mas faz o seguinte meu amigo... coloca a marca bem bonitinha do seu cliente aqui, e se tiver espaço, uma foto do produto e não se esqueça do pedir ao seu redator ver se cabe algum texto aqui. Texto curto... daqui a alguns centésimos de segundo tudo isso vai ser coberto por saliva mesmo...


Podemos aprofundar esse assunto, se vocês desejarem... faz uma avaliação positiva nos check-box ali embaixo para eu saber que vocês querem se aprofundar nestes toques, ok?

Espero que tenham gostado! Grande abraço a todos e, mais uma vez, obrigado por dividirem essa paixão assoladora pela criatividade com esse artista de fundo de quintal... ;)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

E com vocês, os trabalhos da Cris Ferrer ...

Pessoal, antes de mais nada: não, não é um anúncio. É um toque, uma dica. Se você mora em São Paulo e redondezas e procura por uma excelente dica para envolver com carinho e proteção os seus trabalhos e ainda por cima causar uma boa impressão, então você quer uma pasta da Cris Ferrer. Sim, você quer. Como diria o Ataíde Patreze: simplesmente um luxo. A Cristiane faz tudo manualmente e com um capricho que eu nunca tinha visto na minha vida. Pessoal, cada detalhe que ela coloca na programação visual da pasta é uma mini obra de arte à parte. A minha pasta (externamente ela parece uma caixinha retangular A3 de uns 8 cm de altura) ela montou com berço para as lâminas com uma  lateral retrátil para melhor manusear as lâminas presas à uma presilha, um berço para caixinha de CD removível para meus comerciais de TV, relevo na capa com minha logo, porta cartão na parte interna da capa da pasta e acabamento feito em percalux de excelente qualidade que está durando 8 anos! As pastas são muito boas pessoal... dá só uma olhada nesse berço:

Olha como é o restante desse material, olhem os detalhes e o capricho, as alças para tirar a midia impressa do berço, etc:
Muito bacana né pessoal?


olha essas daqui:

Para quem prefere a discrição das cores tradicionais e neutras, o preto é uma boa opção já que conserva o visual arrojado das pastas:


Olha uma box com lateral retrátil:
Pessoal, imaginem fazer uma explosion-box de 4 ou 5 níveis (isso dá umas 20 lâminas frente única) em preto 240g (mais grosso acho que não dá)... no formato e no material da box acima? Ficaria uma pasta única com certeza absoluta...


E para os rubro-negros:
E olha essa daqui que diferente também:
Pessoal, já deu pra sacar que a Cris não brinca em serviço... tudo isso por um preço que você com certeza poderá pagar (não posso dar preço porque depende muito do tipo de trabalho feito, detalhes, etc). E vale a pena, galera. Não teve uma só pessoa que não tenha elogiado o bom gosto da minha pasta e foi tudo feito pela Cris, eu só escolhi as cores. E acredite: faz diferença sim a embalagem dos  seus trabalhos. Isso demonstra bom gosto e preocupação com a imagem. Características essenciais (eu diria mais: o cartão de visita) do Diretor de Arte e do Designer.

Quem quiser contactá-la:

Cristiane Ferrer
Tel: (11) 9161- 4575
e-mail: c.ferrer@terra.com.br

É isso Galera... espero que tenham gostado deste post e até a próxima!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Saindo do papel... (quando o menos é mais)

Olá a todos! Aproveitando o artigo anterior sobre o excesso de "tapinhas", falemos um tiquinho sobre direção de criação e direção de arte e as conseqûencias danosas de uma péssima direção de criação sobre a direção de arte. Certa vez trabalhei em uma agência de fundo de quintal, daquelas que não possuem clientes fixos e fazem apenas prospecção para ganhar alguns jobs (eu disse "jobs" e não "clientes"), não registram os funcionários, e o sugam até a morte. Meu chefe havia me dito que estavam entrando no mercado brasileiro algumas marcas famosas (e caras) de suplementos alimentares e segundo boatos estavam procurando pequenos escritórios de design para fazerem a adaptação de rótulos, criação de folhetos e até alguns anúncios em mida especializada. Prontamente ele me disse aquela famosa frase às 18:30h:

- Faz uns 3 layouts para eu levar lá amanhã cedo, lá pelas 9:00

-  Ok... vou fazer os layouts. Mas... qual será o conceito utilizado para os layouts mesmo? Aliás... cadê meu dupla?

Ótimo. Readator vira diretor de criação e diretor de arte vira a noite trabalhando até o fim da vida e em 99% das vezes ganhando um salário de melda. É assim que funciona.


Pois é, sentei com o meu chefe e ele deu "idéias maravilhosas" para a arte. A que acabamos escolhendo, mesmo porque na hora eu devo ter achado a idéia dele boa, e que "infelizmente" não tenho mais o arquivo era a arte mais "brilhante" que eu já vi na minha vida... tá bom vai... eu confesso: não tenho mais o arquivo, é verdade. Mas ainda está na minha primeira pasta que eu guardo até hoje... aquelas pastas que todo mundo compra em papelaria, feitas de napa e com duas alças de naylon...

Ah é? Mas você não teve nenhuma outra pasta depois dessa tosca?
Tive várias, inclusive uma que eu chamo de "pasta de véio", que era de couro legítimo, relevo, fecho não sei das quantas, e coisa e tal. Fedia pra carvalho. Era uma mistura de Feira Agropecuária, casaco de pele, madeireira e vendinha de secos e molhados.


Agora, se você quer um portifólio maneiro, bacana e com um acabamento impecável,  fale com a Cris Ferrer. Farei um post sobre o trabalho dela logo mais. Além do mais, o material que ela usa não tem cheiro de absolutamente nada.


Nem de plástico queimado?
Não.

Borracha queimada, então?
Não, não tem.

ok, voltando... o "layout maravilhoso" tinha ficado... espere aí: umas palavrinhas antes da humilhação.

Putz... eu mal consigo acreditar que estou mostrando meus primeiros trabalhos aqui no blog... eu até poderia fazer  como os adolescentes que formulam perguntas para a Laura Miller no Altas Horas fazem:


- Olha... tem uma amiga minha que está curtindo ter sexo com mais duas ao mesmo tempo e ela me mandou perguntar...


ou então:


- Um amigo de outro amigo meu se masturba 39 vezes por dia... isso é normal?

Veja que nunca são as pessoas que gostam de suruba e ninguém se masturba demais: sempre são seus amigos! Nunca é você! Aprenda isso colega, porque na propaganda e no design também é assim. A culpa não é sua, é do arte-finalista. Não é você que vai ficar até tarde, você já fez o texto da campanha.

Pois é eu poderia dizer que a arte abaixo não é minha, mas infelizmente é. Fazer o quê. Vejamos como ficou:

Escondi a marca de propósito para a empresa americana não me processar. Vocês não tem noção de como estou envergonhado. O quanto eu lutei contra minha vontade de difundir os conhecimentos que acumulei, mas enfim... é fogo pessoal. Para você saber como estou me sentindo, pegue suas fotos dos anos 80 ou 90 (depende de sua idade) e coloque no orkut ou facebook... vai ser um festival de cabelo ruim, dente de coelho ou então aquele freio-de-cavalo na boca, calça saintro-PEITO, excesso de espinha,  roupas ridículas e atitude cafona. Todos os seus amigos irão entrar e rir da sua cara, pois hoje você é loira, usa roupas e acessórios caros, seus dentes são perfeitos, sua pele é boa, misteriosamente seu cabelo está liso e mais misteriosamente ainda você conserva o mesmo peso que você tinha com 13 anos de idade na época do Vigilantes da Boa Forma. Ok, se você tem menos de 30 a transição talvez não tenha sido tão forte como foi nos anos 80. Mas, independente da sua idade, acho que deu pra entender, senão, pegue fotos antigas de parentes mais velhos para dar um look e se assustar um pouco.

Ok, voltemos: independente disso, peguei aquela arte e como a agência era próxima de uma outra grande agência em que meu colega trabalhava fui até lá e mostrei a ele. Sim, vocês estão rindo eu sei. Pois é. Quando ele olhou, arregalou os olhos e virou o layout ao contrário colocou em cima da mesa e disse:

- Bicho, guarda isso aí...

Na hora eu pensei que a arte estava boa pra caraca e que ele estava com medo que alguém visse e me copiasse. Mas ele cochichou no meu ouvido:

- Olha, estou meio ocupado agora, possivelmente vou virar a noite aqui, vai para a sua casa e amanhã conversamos sobre o layout.

- Poxa, amanhã de manhã tenho que entregar isso aí...

A primeira ferrada de um "diretor de criação" a gente nunca esquece:

Esse meu colega era diretor de arte (Hoje ele é Diretor de Criação de uma grande agência)... ele olhou-me nos olhos e disse:


- Vamos tomar um café lá embaixo...
Chegando lá ele me disse:


- Tenho pouco tempo, serei curto e grosso: primeiro, esse produto é para deixar as pessoas gordas? Não, não é. Você é tão despreparado para direção de arte que sequer cogitou a hipótese de alguém olhar isso aí e achar que era um elefante que estava fazendo cooper nesse cenário ruim que você fez.


- Mas é só um layout, cara... eu ia melhorar isso aí, foto e tal...


- Não é o layout, cara... é a idéia. Beleza... tem toda uma historinha aqui... o cara tomou esse produto no café da manhã, treinou corrida e arrebentou o cimento da praça em que  ele corre de tanta força que tinha nas pernas. Só falo para o seu bem: isso aqui está uma porcaria, bixo... acho que talvez você devesse ser redator, você escreve tão bem... você precisa fazer uma arte em que a idéia de força não conflite com nenhuma outra e não dê direito a interpretações negativas ou errôneas...


Cara, ele simplesmente sintetizou todos os toques possíveis e imagináveis em um único período, mas enfim, ele estava coberto de razão. Eu, já cabisbaixo, reclamei:

- Tenho que entregar isso amanhã... não vai dar tempo... eu nem sei o que colocar na arte.

- Bota um cara malhando na academia com aqueles... aqueles.. aqueles... como é mesmo...

E ele ia gesticulando como se alguém estivesse querendo rasgar uma lista telefônica, e puxava e puxava o "algo imaginário" a que ele tentava se referir.. e... enfim aconteceu... fui teletransportado para outra dimensão, pela primeira vez na minha carreira publicitária. Mãos soltas no espaço puxavam esse tal aparelho de academia (que aliás ninguém usa mais, acho... e eu ainda não sei o nome... acho que é "stress", "extensor de molas", "flexor", sei lá) até que se arrebentaram... vocês podem não acreditar, mas naquele instante vi minha arte ali, montadinha... certinha bonitinha... sei que muitos de vocês também enxergam as cosias assim, durante os insights,  lembro-me também que nesta mesma semana esse mesmo cara tinha me mostrado o anúncio muito bacana do câmbio tiptronic... um anúncio de página dupla que era só o volante do tal carro com câmbio tiptronic, cujo tamanho deixava os polegares da pessoa que segurava a revista na exata posição da mudança de marcha e um texto que dizia sobre o cambio e explicava o uso dos polegares na mudança de marcha e tal. Ok... copiei só um pouquinho essa idéia... mas não tem problema... a pessoa que criou aquele lá do câmbio deve ter copiado de alguém também... Como ficou a arte? Assim ó...
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E assim ó...
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 Viram? Tinha um terceiro layout com anilhas, mas não ficou bom. Sem saber, esse meu colega foi o responsável pela criação dessa arte que posteriormente teve que ser adaptada para um folder que dizia em enormes fontes Impact: "Coloque seus polegares aqui e sinta a energia do produto não sei das quantas"... esse é o preço que se paga por não trabalhar em agências que valorizam idéias simples, mas funcionais.

O que aprendemos com este post?


1- A maioria das agências pequenas são lugares horríveis para trabalhar, mas é nelas que se aprende muita coisa.


2- Nem sempre a idéia que te colocam na cabeça é a melhor a seguir. Procure, enquanto desenvolve o "layout-impossível-proposto-por-terceiros-geralmente-pessoal-de-atendimento" (Pra quê pagam um diretor de arte, então?) apresentar contra-propostas mais fáceis e mais de serem interpretadas pelo "homem cumum" e mais interessantes, claro. Já foi dito aqui que enquanto se faz o "rafe" o cérebro "borbulha idéias", com o layout sendo executado também não é diferente, embora devo admitir que, PARA MIM (desculpe a gritaria), durante a leiautagem é menos frequente. Anote tudo e mostre ao seu dupla!


3- Sempre que possível, procure despoluir seus layouts (não só "visualmente" como "intelectualmente"). postarei um tópico que só falará sobre isso qualquer dia desses. Uma pessoa que não trabalha com propaganda gasta, em média, salvo engano, entre 3 e 4 segundos em um anúncio interessante. Faça uma arte que consiga ser "lida" nesse tempo e que prenda a atenção do consumidor por mais algum tempo e, com sorte, você conseguirá que ele leia o anuncio (ou mesmo folheto) todo. Seu cliente vai ter um retorno bem maior com essa sua postura e fará muitos anúncios com você.


4- De novo: se alguém de confiança  detona a sua criação com certeza não é pra ferrar com você ou roubar sua idéia, mas isso não é regra. Um outro colega de faculdade, que aliás é um dos melhores Diretores de Arte que eu conheço já me contou histórias de agências em que a galera "invadia" os micros de outras pessoas ou para sabotar a arte delas ou para "aprimorar" as idéias que elas já estavam tendo. Se isso já aconteceu comigo? Não vou responder.


5- Peça opiniões profissioanis para pessoas mais experientes que você, mas nunca deixe de ouvir a opinião dos que estão começando, especialmente porque eles são mais jovens e entendem o mercado de uma forma que com certeza absoluta você não entende.


- Sim.. eu entendo sim... sou versátil.


- Não... você não entende, não. Não daquela forma. Entenda isso.




That´s all, folks... a gente se esbarra na net... beijo nas meninas e um tapinha nas costas da homarada...  fui!

(essa despedida ia ficar mais legal se fosse no post anterior, mas tudo bem....)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Dói, um tapinha não dói, um tapinha não dói, um tapinha não dói... SÓ UM TAPIIII-NHAAAAA!

Pessoal, peguemos uma folha de papel texturizado e vamos escaneá-la...
 
Olha que beleza que ficou... vamos fazer alguns vetores de vários formatos para adicioná-los à nossa arte e tentar compor algum visual com o que aparecer... em frente: vamos dar um tapinha... vou usar fundo preto e vetores azuis e depois recortarei-os com a textura...

Nossa... sombrio... meio bizarro até... me lembrou o Pacman isso aí... se o Pacman fosse feito de papel texturizado como será que seria, pessoal? O que eu poderia usar para fazer os olhos, boca, etc? Em frente... vamos dar mais um tapa...

Ha ha ha... bizarro, bizarro e meio, é o que eu sempre digo... observe que trouxe o elemento ilhós de novo à cena... pensei nessa idéia quando olhei para uma pasta de papel kraft com aqueles fechos de lacinho em "8"... tá até ficando legal... vamos colocar os "fantasminos" e ver o que acontece... um tapinha não dói, lembrem-se...

Olha só que interessante, pessoal! Apenas usando textura de papel e um ilhós escaneado de um detalhe de uma pasta kraft com fecho em "8", consegui compor um visual muito bacana. ja poderia parar pora qui, ficou legal esse esquema de vetor com textura...  a cor está muito forte mas ficou bom. Vamos dar só mais um tapinha... prometo que será o último...


Pessoal, tudo bem eu assumo... mas eu fiz um contorninho que ficou tão legal nas pastilhas... deixa eu só dar mais um tampinha... ah, aliás as pastilhas são aquele próprio "fechinho em 8" das pastas kraft...



Ok... eu assumo novamente... foi um tapão, eu sei... mas é que uma coisa puxa a outra, um contorninho vetorial puxa uma sombrinha e uma sombrinha puxou um glow porque no videogame tem glow no fundo preto, eu sei que é de papel e papel não brilha, mas enfim... perdoem-me... só vou dar mais um tapinha e dessa vez eu prometo que vai ser no máximo 2 tapinhas... olha só como o labirinto tá muito baixinho... vamos dar um volume   nele também:


Não ficou ruim... mas eu tinha prometido 2 tapinhas... já foi um... vamos dar o último e agora falo sério, pois faltou um cisalhamento na sombra e uma radiosidade extra... vai ficar legal...
Lembrem-se pessoal... isso foi uma sequencia ao acaso, não um tutorial. Veja por exemplo que naquele primeiro quadro em que eu coloquei as pílulas, já tinha um estilo bem interessante, sem sombra e sem nada... saiba avaliar qual o grau de tapa que você quer dar no seu trampo, ok? Muitas vezes o mais é menos... eu pararia no quadro das primeiras pílulas, e você?

Issaí, galera... tô indo nessa... muitos tapinhas pra vocês... e obrigado por dividirem a eterna paixão pela criatividade com este reles mortal que vos tecla... abraços a todos...


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Bússola criativa: a hora certa de reconhecer que está perdido... e abandonar o barco!

Certa vez encanei que queria fazer um ghost sobre o primeiro processador de núcleo duplo que saiu no mercado. Aí comecei a pensar na criação. Fundo branco e um puta motor V8 de 400 cavalos e uma sombrinha só pra dar um volume no bagulho. Nossa vai ficar show, pensei. Fiz o anúncio, mostrei pra umas 800 pessoas e só o meu mecânico entendeu o anúncio. Mas o que será que deu errado? Nada... apenas me responda uma coisa: quem aqui já viu um motor V8? No máximo 1 pessoa. Quem aqui já viu um motor V8 fora do chassis? Zero. Só os mecânicos e os fanáticos pelo programa Overhaulin´. Well, não creio que uma pessoa normal iria sacar que um motor V8 é basicamente 2 motores de 4 cilindros trabalhando ao mesmo tempo. Aí, sabe-se lá por que cargas d´água, comecei a pensar nos meus primeiros computadores lentos e com design de calculadora. Quando de repente, em meus pensamentos,  me veio uma cena de infância: eu mexendo num programa chamado Graphos III, desenvolvido por uma brasileiro chamado Renato Degiovanni. E sim , pessoal! Esse cara é o culpado de eu ter me tornado um criativo. Eu fazia miséria naquele programa e amo pixel art até hoje por causa daquele programa de bitmap. Mas voltemos à cena do pensamento: eu estava mexendo no micro e comendo aqueles biscoitos de chocolate estilo palitinho e de repente pego dois palitinhos grudados e PUFFFF , infelizmente tive de voltar à realidade. odeio quando isso acontece... sonhar acordado é a melhor coisa que tem, mas em compensação quando saímos do transe é pior do que quando estamos dormindo e sonhando algo muito bacana e vem um chato e acorda a gente. Tive um insight naquele momento: "O motor "grudado" ninguém soube o que era, mas será que com esse palitinho vai ficar legal?" Na minha cabeça aquilo ficou lindo,  uma luz fabulosa, baixo campo de profundidade, etc. Beleza... mais que prontamente fui ao supermercado ver se ainda se fabricava esses biscoitinhos e comprei umas 2 ou 3 caixinhas para ver se eu achava o tal biscoito grudado e fazer uma foto daquelas de ser premiada em mais de 90 países... montei a arte e olha só como ficou:



Mostrei pra minha mãe, claro. Ela prontamente me respondeu:

- Filho... você colocou um cocô na sua arte, filho?

Na moral? É tipo quando você enche a cara e fala para os seus amigos que você ficou com uma mina mais gata que a Denise Richards nos anos 90 (Ou Brad Pitt caso você seja mulher ou goste do sexo masculino). Aí você faz uma festinha na sua casa, coloca um sonzinho maneiro, toma só refrigerante para estar bem sóbrio a fim de se exibir para seus amigos e quando a garota (ou garoto) chega à residência sua cara cai no chão como se pesasse 300 toneladas. Puta bagulho... cerveja maldita do inferno! Você fica vermelho e corre pro quarto, munido de maconha, LSD, bala, cogumelo ou qualquer substância que te tire daquela realidade "alternativa" da forma mais rápida possível. Assim é quando alguém detona  a sua criação pela segunda vez, e vai por mim, meu amigo: se a sua criação foi reprovada pela segunda vez e pior: pela sua mãe, é porque a coisa tá realmente foda. O correto nessa altura do campeonato é partir pra outra: dispensa a "garota" dizendo que a casa é dela e para ela ficar à vontade e vá atrás de uma coisa mais "palpável". Hoje eu vejo que realmente essa idéia de mostrar elementos "filipes" (conhecem este têrmo? que tal "inconho"? que tal "siameses", então?) não foi uma boa saída, mesmo porque acho que elementos "grudados" tem uma conotação meio negativa (defeito, acaso, aberração) hoje vejo dessa forma. Mas enfim... eu achava que aquela idéia era "du carvalho" e que as pessoas iriam ir à estratosfera quando vissem meu anúncio. Pobre de mim... sou um simples humano: mais erro do que acerto. Queria tanto ser um processador de 2 núcleos, mas infelizmente sou feito de carne e osso. Ok... não tem problema... vamos continuar no "ramo comestível", pensei eu... vamos pensar em outra coisa comestível e que é grudada (notem que absurdo, pessoal: o que é que tem a ver comida com força de processamento? Nada a ver...mas eu não percebia isso porque a necessidade de criar um ghost era mais forte do que a vontade de desenvolver um conceito bacana...se você é iniciante, guarde a dica abaixo:

Dica:


Se você quiser trabalhar com direção de arte, jamais crie algo sem desenvolver um conceito, uma idéia antes. Muitas pessoas que almejam tal cargo acabam montando uma pasta (e eu já vi centenas delas) sem nexo, sem propósito, sem idéias.  A arte está maravilhosa, mas sem uma sacada aquilo não vale nada. Pense nisso quando você for montar sua pasta e se for possível, peça a ajuda de um redator com maior experiência. 


Voltando: pensei, pensei e pensei.... ahá! Uma banana (?!?!?!?!?!??!)... vou usar uma banana grudada... vai ficar do capeta. Ah... ficou sim, viu?



Pessoal, reparem que eu me esforcei... coloquei elementos duplos em tudo, até no rodapé onde em um deles ia uma foto do produto e no outro a assinatura do anúncio. Não rolou, galera... mostrei para uma diretora de arte (a essa altura eu não estava mostrando essa peça pra ninguém mais) e ela me disse que estava mais para sex shop ou filme pornô de dupla penetração. Ela me disse exatamente assim:

- Você precisa escolher uma coisa que dê a idéia de "power", mas que seja já daquele jeito!


A única coisa grudada que é power era o binóculo do meu avô... eu e meu primo Carlos éramos moleques e nos intervalos das nossas criações de histórias em quadrinhos roubávamos o binóculo dele e ficávamos na janela do apartamento para olhar as gostosas na piscina do prédio vizinho...

Voltando... fiquei puto e arrasado, naquela época eu tinha um orgulho ferrenho em ser diretor de arte e provar meu valor... resolvi que iria pensar num elemento grudado que traduzisse todas aquelas coisas que eu estava a fim de passar pro papel. o máximo que eu, naquela época, consegui depois  de 11.312 tentativas foi isso daqui:

Alguns de vocês vão gostar e outros não... creio que a maioria não vá gostar... mas  a verdade é que, infelizmente, a arte não ficou boa, pessoal.

Dica: 


Saiba filtrar informações. Se a galera tá achando que sua arte não ficou legal, muito possivelmente a sua arte não está mesmo ficando legal. Evite criar discussões, ficar com orgulho ferido porque essas paradas vão fazer seu trabalho empacar. Lembre-se de utilizar elementos cuja maioria das pessoas tenha conhecimento, a menos que seja para um segmento muito técnico e específico, como é o casao, por exemplo, dos instrumentos cirúrgicos. Nesse caso, seu anúncio só irá atingir um público alvo muito específico e você poderá ousar mais. Caso mesmo seguindo essas dicas você se sinta "emperrado", é hora de largar tudo e tentar alguma coisa diferente, e se for o caso, abrir o jogo para o seu dupla.

Epílogo:

Pois é, pessoal. O trabalho não foi pra pasta... não consegui fazer. Perdi muito tempo tentando fazer esse ghost e ele nunca saiu... Mas espere! Não é que aquele grupo de neurônios, seis anos depois, de tão teimosos, enquanto eu redijo esse post acabaram de me mostrar, agorinha mesmo num pedacinho branco do monitor, o objeto que eu deveria ter usado?



Me emocinou... estou com lágrima nos olhos, pessoal! Já saí da área há algum tempo... hoje sou artista por hobby,  mas foi bom perceber que o velho cérebro cansado ainda tem pano na manga...


Obrigado por ler este post...e até a próxima!


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Cabeçalhos, boxes, caixinhas de texto e o escambau...

Pessoal, tenho observado uma tendência broxante de uns tempos pra cá. Quando a pessoa que dirige a arte (eufemismo para "diretor de arte") e ambienta uma criação em, digamos, "bambus estrelaçados" em que elemento gráfico ela coloca a chamada e o rodapé desta criação? Num pedacinho de papel com as bordas rasgadas como se estivesse preso num dos bambus com um clipe de papel (?!?!?!) ou grampo, lembrando que em 100% das vezes essa textura de papel está amassada. E se a ambientação fosse a tela de um monitor, por exemplo? Os caras colocariam um post-it no monitor e colocariam o texto ali ou então um pedacinho de papel com as bordas rasgadas preso com um durex na moldura do monitor. Quando muito uma etiqueta adesiva com a textura amassada. Tudo vira motivo para usar textura de papel rasgado ou amassado e eu já inclusive usei isso na arte do post anterior, mas poderia ter evitado este lugar comum.

O que você faria lá naquela arte então, caso desejasse tirar o papel e colocar um elemento mais "marinho"?

Brother, eu poderia usar a base lisa de uma prancha de surf, por exemplo, e até poderia utilizar as quilhas ou a longarina como elementos. Imagine que miséria que não dá pra fazer com um zoom naquela parte da rabeta swallow com triquilha. Tudo isso mantendo a prancha exatamente como ela é, sem alterar a posição de nada, apenas escolhendo o trecho certo para o clique. Poderia até fazer um miolo de 6 lâminas, por exemplo, e colocando a prancha inteira nesse miolo e no verso um pé de pato. Tudo isso como base para a arte dos produtos.

Oh, nossa... que super criativo... prancha de surf e pé de pato é lugar comum...


Concordo... mas ia fazer de um jeito bem legal.


E o lance do monitor? Todos os layouts que vejo os caras usam post-it ou papel preso com durex... você faria o que, ô sabidão?


Cara... uma vez fiz layout com monitor... realmente é difícil eu reconheço. Mas para fazer a chamada deste layout fiz um "têrmometro do humor", que é um elemento comumente visto nos monitores das empresas e também utilizei a própria moldura do monitor e os botões on/off e brilho, etc para fazer o rodapé. Na tela do monitor havia uma imagem em pixel art que ficou muito boa. Bom material aquele.


Voltando... Observem aquela arte da moça ruiva... ali acondicionei o logo Art Blower dentro de uma pincelada branca com contorno azul. Os elementos se fundiram e o visual ornou (como diria uma outra avó minha) com o resto da arte. Dava pra deixar até mais solto, uma pincelada simplesmente branca, sem o contorno, mantendo a identidade visual maior ainda, visto que os outros elementos não possuem contorno. Lembro-me que certa vez uma moça chamada Adriana pediu-me 5 layouts dos textos fantásticos que havia criado para fazer pasta (ghosts). Como eu achei todos os textos desafiadores, aceitei o lance na hora. O texto era referente ao dia dos namorados, algo do tipo (infelizmente não colocarei a arte com o texto, pois estaria ferindo direitos autorais dela): "Hoje, se ela fizer doce, que seja beijinho...". Muito louca essa parada aí, pessoal! Direção de arte fodíssima de fazer, pois a frase tem triplo sentido, sendo uma delas com uma conotação fortíssima (a da namorada liberar pro namorado nesse dia tão especial, com direito à barba, cabelo e bigode). Resolvi fazer no estilo "scrapbooking", com adaptações, e na direção de arte achei prudente reforçar os 3 sentidos do texto: um beijo de verdade, um doce de verdade e uma noite de verdade. Ocorre que eu não sabia qual era a segmentação e odeio coisas explicitas... fiquei preso nessa parada aqui de como traduzir "uma noite de verdade" e manter tudo no mesmo conceito:

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 Ocorre que faltava falar da "noite especial" e eu ainda tinha que resolver como aplicar um texto no rodapé do anúncio que dizia mais ou menos isso: "aproveite o dia mais doce do ano uma homenagem da empresa tal ao dia dos namorados". Nem precisa falar qual produto é esse... Bingo! Olha só como você pode resolver coisas semelhantes que possam ocorrer com você: preciso "falar" da "noite especial" e colocar o texto... eu poderia brincar com o antes e depois daquele docinho do lado inferior esquerdo (pessoal esse beijinho da foto era enorme e estava delicioso... dividi com mais 2 pessoas), mantendo todos os sentidos do texto... vamos ver... a guria faz o doce pro cara e ele come... hmmmm legal! Só que ele come e sobra o que? O papel-coroinha e o cravo. Bacana...  do lado direito vou colocar esse "restinho de fogueira" pra dar a entender que tudo ali (inclusive quem fez o doce) foi devorado e detonado... e de quebra ainda vou ter espaço para colocar o texto sem ter que apelar para papel recortado, post-it, ou sei lá o que mais (sim, meus caros... a coroinha do doce é papel, eu sei... mas antes de ser papel ela é uma coroinha de acondicionar saborosos quitutes, não é só um papel amassado, deu pra sacar?). Repare só como ficou a bagaça:
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1) O que aprendemos com todo esse papo furado?

Pessoal, o lance desse post foi tentar mostrar como consegui iserir elementos que já estavam a disposição no layout. Não foi sacada, não foi insight, pessoal... foi só parar para observar o que poderia ter sido feito... lembro de um layout praticamente all-type que vi no Festival de Cannes que era sobre pó de café (produto). Advinha o que o cara usou para fazer a demarcação do texto para aumentar a visualização? A marca que a xícara deixa no pires,  meus amigos e amigas! Olha que sensibilidade artística bem bacana da pessoa que criou... posteriormente vi a idéia copiada em mais de uma dezena de layouts, mas nenhum chegou perto da sutileza que este artista apresentou no layout...

2) Como ficou o layout final acima?

Well, a latinha do produto estava posicionada perto do papelzinho coroinha, como se fosse um peso de papel, com uma perspectiva muito forçada (infelizmente tive de optar por uma forma menos profissa, mas que mostrasse a latinha toda). No coração de cartolina e papelão eu escrevi com letras manuscritas a chamada e no papel com o cravo escrevi, também com letras manuscritas, a mensagem de dia dos namorados.


Bom, pessoal... vou indo nessa... aproveitem para votar nas enquetes pois preciso saber se estão gostando, se estão aprendendo com o blog e etc... muito obrigado por dividir a sua paixão pela criatividade comigo!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

E vem chegando o verão...

Fala, galera! Cara, realmente vem chegando o verão, o calor no coração. E lembrem-se: essa magia colorida são coisas da vida. Mas e as meninas? Ah, meu povo... não demora muito agora: todas de bundinha de fora. Top-less na areia e todas virando sereia, tal como a ruiva do post anterior. Como diria Lázaro Ramos no filme "Ó paí ó!", as frases anteriores são poéticas, mas não são minhas, não. Não sei... mas tenho uma leve desconfiança de que você já tinha percebido isso. Bom... Vamos continuar com o tema "veronístico" do post anterior... fiquei animado com este calor todo... mas não meu irmão: ele está indo pra Alemanha. Ok... chega de falar da vida pessoal. Vamos falar de arte. Se liga no esquema... imaginem que aquela arte do post anterior seja uma lâmina, 2a. capa ou até mesmo a própria capa de um catálogo ou folder, broadside ou sei lá o que mais. Como poderíamos pegar aqueles elementos e passar para uma forma mais simples, de tal sorte que sobre muito espaço dentro para mostrarmos produtos, preços, condições de pagamento e todos aqueles dados infindáveis que somos obrigados a criar espaços no meio da arte para que eles fiquem bem visíveis ( e não "risíveis"). Vamos dar uma olhadinha na arte de novo! Olha as ondinhas do mar pessoal! Daria pra fazer algum grafismo interessante com aquilo? Aquilo poderia ser uma moldurinha no BG (background) da minha lâmina. Repara só como ficaria:

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1) Art Blower, você é um gênio, cara! Parabéns! Agora é só pegar aqueles "splahes estrelinha", pintar de vermelho e tacar o preço em amarelo 100Y 15M com sombra preta! Vai ficar igual ao do mercadinho aqui do lado de casa! Obrigado pela dica... vou indo nessa, amigão! Você manja, hein?
Poxa amigo, pra que essa pressa? Observe.. isso é pra fazer o BG... vamos dar mais um talento. Seria até interesante (?!?!?) deixar do jeito que está... mas lembre-se: isso é um catálogo, broadside, ou sei lá o que. Alem do mais, a clientela das  empresas não gostam de fundo branco... já ficou comum, né? Observe o verde-abacate show de "ébola" que as agências estão usando atualmente. Será que é pra combinar com o tom de pele do pessoal da criação que não vê luz solar há mais de 20 anos? Vamos dar uma escurecida nesse BG, aplicar uns efeitos de "blend options" e ver o que conseguimos:
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2) Apenas um lembrete: só para reforçar, pessoal! Não estou fornecendo um tutorial de "como criar lâminas para um folheto de biquini". O que eu quero que fique claro é que você terá de avaliar os toques e dicas deste trabalho que servirão para você em um tipo de arte completamente diferente, por isso faço as brincadeiras: para orientá-lo melhor, para que você preste atenção em  "por que eu cheguei lá" e não "como eu cheguei lá". Sacou? Não é tutorial... são conceitos, dicas, e etc. Tutorial não vai fazer você entender de criação, só de execução. Não é nosso foco, ok? Quero ajudar você a fugir do lugar comum, não que eu consiga, mas me esforço ao máximo para conseguir.

3) Voltando: A moldura tá ficando bacana...mas talvez fique muito pesada, muito chapada na hora da impressão e isso poderá ocasionar entupimentos de retículas, dificuldade de secagem, variação na tonalidade, entre outras coisas. Vamos minimizar esses possíveis problemas utilizando a famosa sombrinha radial das agências de propaganda (lembrando que 99% das agências usam este efeito, os outros 1% estão tentando aprender mas não pagam designers nem diretores de arte). Observe que poderia ser dado um "add noise" no azul chapado, para dar uma texturizada na cor, mas não farei isso porque pretendo colocar um elemento a mais nessa arte. Para ser franco mais 5 elementos, mas chegaremos lá... repare só como fica a sombra radial:

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4) Cuidado!

Tome muito cuidado para não ferrar seu trabalho! Eu dei uma exagerada nessa sombra para você entender o que seja. Talvez eu use uma denominação que não seja a mesma que você utilize. Lembre-se de fazer essa sombra radial em um layer à parte, para poder manipulá-la separadamente. Cada um tem um jeito de fazer essa sombra... eu pego um tom mais escuro da cor predominante, chapo um layer, faço uma seleção oval, dou um feather de 150 e vou deletando pra ver onde chega... se necessário aumento a seleção e faço de novo. Algumas pessoas pegam o preto... fica horrível. Se fosse num fundo amarelo o preto ia tornar a arte ocre... use degradês em certos tipos de cores... se o fundo for amarelo, use um chapado laranja escuro para fazer o ""esfumaçado agentístico propagandístico", jamais use o preto.

5) Não ficou legal...

Poxa, apesar do esforço, realmente ainda não tá legal. Note que algum produto azul marinho poderia ter de ser colocado ali, e não ia ficar muito bacana se eles estivessem soltos, sem fundo. Precisamos então colocar uma cor neutra. Não me bata, por favor... mas vou colocar fundo branco. Mas se eu chapar o fundo branco, voltarei á estaca zero... o que fazer?

6) O "macete" dos criativos

Sabe o que diferencia o design de um principiante de uma pessoa com experiência? O nível de detalhamento. Selecionei várias pastas, certa vez, cujo trabalho dos caras aparentemente não era bom. Ocorre que eles tinham o mais difícil: uma baita noção de estética e criatividade. Eu sabia que a criatividade e a noção apurada de estética eram características mais valiosas do que possui um cara sem tanta criatividade mas com uma "buta" expressão artística. Enfim... ninguém nunca entendeu isso e sempre contratavam as pessoas erradas... Ok, chega de papo... voltemos ao fundo branco... como resolver esse problema? Vamos dar uma olhadinha em anuários de design, anúncios de revista e adjacências. Olha que legal: percebi que quando eles querem colocar um texto muito miúdo pro tamanho dos anúncios eles procuram um elemento que tem a ver com o ambiente em que está inserido este anúncio... hmmmm... confesso que não teria percebido isso sozinho. Dica legal. Mas infelizmente já era utilizada no scrapbooking há mais de 60 anos. O famoso paspatur (nem sabia como escrevia isso). Essa "super técnica" dos anúncios de inserir papéis recortados, rasgados e o escambau, na verdade já é muito antiga... tanto fotógrafos, quanto desenhistas e os scrapbookers fazem isso há mais de meio século. Ok, que se dane.. também vou fazer.
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Viu só? O problema é que este papel não tem a ver com o lance marinho da arte. Se a arte fosse, por exemplo, uma mesa de escritório, não teria problema nenhum. Acredite se quiser: escolhi o papel de propósito para aprendermos juntos a contornar tal problema.

7) Prestando atenção nos detalhes

Olhe só a imagem acima... olha que bacana: a própria sombra que usei para dar um volume no fundo (sombra radial) serviu para dar volume no papel (paspatur) também! Além do mais o papel parece captar o efeito de radiosidade do ambiente (radiosidade = cor do ambiente "reflete" nos objetos). Isso ocorre porque, como eu disse, fiz a sombra no tom azul marinho bem escuro e não no preto! OBAAAAAAAAAAAA! Essa é uma de minhas dicas preferidas! Agora verei com maior freqüência aquelas sombras radiais pretas e toscas nos anúncios de revistas com esse nível de detalhamento a mais!

8) Ah... nossa... que "criativão" que ele se acha... parabéns Art Blower... mas eu já usava essa parada aí...

Você, eu e outros 10 trilhões de diretores de Arte, assistentes de arte, arte finalistas... e até estagiários!

9) Prestando mais atenção ainda...
Olha que legal a sombra da base inferior do papel, pessoal! Ela quebra aquele clima de "etiqueta adesiva" porque começa grossa e vai afinando até o centro e começa a crescer de novo. A sombra da lateral direita não segue esse padrão porque o papel está sem orelhas... se tivesse com uma "orelhona" por exemplo, no canto superior direito, teríamos que distorcer e suavizar aquele pedaço de sombra. Procure curvar uma folha de papel e a coloque sobre uma superfície plana e veja como a sombra do papel se comporta. Pasme você, mas nas minhas artes-finais eu colocava entre 6 e 9 layers só para fazer uma sombra bacana e ainda aplicava um noise bege só pra dar uma sensação de sombra de verdade (as fibras irregulares do papel e sua superfície levemente torcida granulam a sombra dos objetos que estão sobre ele).

10) Caraca... agora ferrou... esse layout aí não tá muito marinho não...

Nossa! Boa percepção! Você tem talento artístico, acredite... Realmente esse papel tirou um pouco do clima oceânico que estávamos tendo até então. Isso aconteceu porque o papel é um elemento totalmente estranho ao conceito marítimo. Como ele é apenas um fundo, precisamos de alguns elementos marinhos para dar uma reforçada no ambiente.

11) Xi, cara... ferrou! Estou na agência... aqui não tem mar não... onde vou fazer essas fotos?

Cara, corra até a mesa da profissional de mídia que tem aquele estilinho hipster... não a morena... a loirinha! Pois é... pegue o "jardinzinho" de feng shui emprestado (pessoal de agência acha que é "descolado" ter um desses... mal sabem eles que minha avó tem essa parada na cozinha, em cima da "casinha" do botijão de gás, desde 1937, junto com uma treta de casca de coco, samambaia e xaxim...)  só por alguns minutos e leve ao seu cafofo, mas sem o rastelinho. Vamos ver o que tem nele: florzinha, borboletinha, um Buda, bichinho, conchinhas, estrelinha do mar e não sei o que mais. Ótimo. Pegue as conchas e a estrelinha do mar e meta tudo no scanner. faça uma sombra maneira nos elementos e jogue-os sobre a arte, em qualquer posição. Quanto mais bagunçado e desleixado melhor...

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Eles não precisam ser grandes como no layout, na verdade até um elemento por lâmina já ia dar esse ar litorâneo... well, guys... thanks for reading that stuff... hope see you around... bye!