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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Se vira nos quinze...

Pessoal, todo mundo sabe que o artista gráfico tem metade do tempo pra fazer tudo, não é verdade? Ok... vamos dar uma olhadinha em uma arte vetorial, com um clima, digamos, "praístico" ou "veronístico" e uma ruiva deliciosa, cuja boca é baseada na de uma mulher que conheci recentemente. Ok... vamos à arte então:

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Observem que o traço já está muito estilizado o clima da imagem é bacana, mas vamos ser francos, pessoal: está um lixo... tosco... meu sobrinho de 9 anos faz melhor sem sombra de dúvidas. Nada de tentar redesenhar a parada a fim de que fique legal... o trabalho é seu, meu amigo e não do desenhista! Você só sabe desenhar "bonequinho de pau" e agora vai ter que pagar o pato, não tem jeito. Hmmm... vejamos o que dá pra ser feito, então...


1) Qual o ponto forte dessa arte?
"Nenhum...", responderá você, sem pestanejar. Mas espere: ó, surpresa! A sua lagoa há de secar, meu amigo! O ponto forte dessa arte é que ela é vetorial, meu chapa (sem trocadilho, juro!)

2) Tá e daí?
Daí, meus jovens, que uma arte vetorial pode ser manipulada elemento a elemento, sem o menor pudor! O que acontece quando você "recorta" um pedaço de uma foto em um programa de edição de bitmap, como é o caso do Photoshop? O fundo sai junto, claro. Fica um pedaço ali na cor chapada do background (BG)... horrível. Já na arte vetorial, você manipula um elemento e voi-lá (nem sei se é assim que se escreve "vô-a-lá"): o fundo continua ali intacto!

3) Ok... mas e daí?
Cara, é simples... vamos dar uma alegria nessa arte chapada como se ela fosse o mais clássico exemplar  das pinceladas mais precisas do mais nobre pintor renascentista. Tudo bem... forcei a barra agora, eu reconheço. My fault... vamos primeiramente separar o elemento "água" dessa magnífica "obra desastre"...



Lindo... nossa... que curvas mais precisas... será que foi feito pela ferramenta "artistic media tool" do Corel Draw? Vamos fazer o seguinte: ferrado, ferrado e meio... vamos escanear uma textura de tinta de um quadro qualquer... pega aquele quadro da sala do seu chefe!



4) Perfeito... tudo que você precisa agora é deixá-la naquele esquema de "tiling" ou seja, esquema de azulejo onde uma pequena textura pode ser definida como pattern e aplicada lado a lado sem falhas. Você não tem noção de como eu gostaria de lhe ensinar a fazer isso, mas fugirá ao propósito deste blog. Há vários tutoriais disponíveis na net, já lhe adianto que a maioria deles enrola demais. Ok. Uma vez feito isso, vamos aplicar a textura sobre o vetor. Há várias técnicas para isso e eu nem deveria abordá-las, afinal isto não é um tutorial. Mas desta vez abrirei uma exceção. Uma técnica possível é escolher a seleção de um dos 2 tons que compõem o elemento água e dar um "paste into selection" já com a textura de tamanho adequado na área de transferência ou então definir a textura como "fill". Mantenha ele num layer separado. Agora selecione todo o elemento água e dê o "paste into" novamente (ou o fill, depende do caso), mas em outro layer separado. Pronto... agora calibre as cores para chegar no tom do vetor, use, por exemplo o hue/saturation e repita a mesma coisa no outro layer, imitando também a cor do vetor e dê um merge nesses dois layers que você trabalhou. Aproveite para fazer uma sombrinha bem delicada em volta da nova figura, que deverá ter ficado assim:



Opa... já tá criando uma cara... parece que vai ficar no esquema, hein?

5) Faça a mesma coisa com o elemento "fogo".

"Ei... mas eu não posso usar esse aí e só aumentar de tamanho?". Não... não pode: a textura vai aumentar de tamanho e vai ferrar o esquema do bagulho.


"Ei... mas eu não posso fazer ele já grandão e ir reduzindo de acordo com os elementos?" Cara... você é insistente, hein? Já falei que se mexer na proporção da textura vai ferrar com o esquema do breguete, meu irmão! Cara chato... beleza... se você seguiu à risca o que eu disse, seu elemento "fogo" deve ter ficado assim:

Viu só? A textura se mantém igual, com a mesma caracterísitica do elemento água, embora com uma área, obviamente maior.

"É... mas este não tem a sombrinha"... Nossa! Jura? Por que será?

6) Faça a mesma coisa com os elementos "ar"  e "terra"

"Eu não estou entendendo essa sua nomenclatura de "serra", "bar","sogro" e "anágua". Na verdade é terra, ar, fogo e água. São os 4 elementos que... ah, deixa quieto. Assista o filme "The last airbender". Meio "geek-infanto-juvenil", mas tudo bem.

7) Disponha os elementos no Photoshop na mesma posição e camadas que estavam na arte original, e caso você tenha seguido à risca tais dicas, bastará apenas dar um tapa nos outros elementos e colocar uma iluminação radial no fundo da arte igual 99% das agências fazem naquele eterno fundinho verde abacate com "splashes" de papel recortado "fincados"  na arte com clipe de papel ou grampo. "Chique no úrtimo...". Pois é... sua arte deverá ficar mais ou menos assim:

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É isso galerinha... espero ter ajudado com mais essa dica "salva-patrão-pão-duro-custo-de-produção-zero"... Grande abraço e até a próxima...

Um comentário:

  1. Ops... esqueci de dizer que é bacana fazer um levíssimo degradê do claro para os escuro na direção da sombra, elemento a elemento! Fica aqui a dica! Outra coisa que acabo de perceber é que também esqueci de dizer para você prestar atenção no mar... quer saber o segredo do destaque? É uma ilusão de ótica muito utilizada na estereoscopia... você alterna a direção do sombreado (este degradê que acabei de mencionar) e ele reforçará o volume da sua arte... note como na arte vetorial as ondinhas estão todas com a espiral no mesmo sentido, mas rotacionei (mesmo depois de ter feito o tal degradê)para obter um efeito parecido com um zig-zag em 3D (sombra afunda, claro levanta, sombra afunda, claro levanta), depois explico isso melhor, mas gostaria que você prestasse atenção nesse mar aí...

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